terça-feira, fevereiro 24, 2009

Desejo

Oh! Quem me dera ser ouvidos
para não quebrar o silêncio das máscaras!
Quem me dera ser a imagem duma lua matinal,
que passa linda, serena, fresca e orvalhada
como a brisa branqueando num quintal!
Quem me dera ser o desejo de um se por realizar
ser um azul, uma gaivota, um sopro de mar!
Quem me dera ser o desejo não sentido do que nunca serei!
Ser e não ser a certeza de tudo o que não sei!
Quem me dera poder o que não posso desejar!
Ser um céu de azul espelhado no mar!
Quem me dera ser apenas o que sou,
mas como posso sê-lo se o agora já passou!?

Carnaval

Agora, eu era a gôndola e escondia os amantes. A capa do meu gondoleiro guardava o seu abraço.
Agora eu era a ponte e suspirava segredos pelos canais. O silêncio branco dos meus arcos amparava os seus corpos que se derramavam em sombras nas águas nocturnas.
Agora, eu era a lua e acendia-me redonda, cheia.
Agora, eu era
Não, não era nada.
A noite engoliu os amantes