Há pais que são árvores

Pai

Hoje, lembrei-me de ti,

Das tuas cãs brancas,

Dos teu olhos de mel

Do teu abraço ternura

Lembrei-me

E as lágrimas regaram

minhas memórias.

  

Lembrei-me da tua força

igual à dum bambu

Ou do teu sorriso desgarrado

de candelabro iluminado.

Lembraste-me as árvores

Aquelas que florescem

De vermelho como candelabros.

Hoje não foi um dia fácil para ti

Eu sei.

Hoje desejo que estejas bem.

A Primavera vem aí.

Nas minhas caminhadas
Roubei estas flores.
Deixo-as aqui.
Apreciai-as.
Senti os seus odores.
Reparai nas suas cores
Verso de poeta,
Promessas encantadas
Quiça,
De exóticos sabores.

Mais um sorriso...

Ficam aqui mais umas flores. Sobre elas, deixarei falar os poetas...

Flores 

Era preciso agradecer às flores 

Terem guardado em si, 

Límpida e pura, 

Aquela promessa antiga 

Duma manhã futura. 

Sophia de Mello Breyner Andresen

Sorriso da alma

As flores são como sorrisos

Desses que nos enchem a alma

Quando saiem de nosso amor.

As flores são como perfume

Da luz branca , sem cor

Que nos acalma

Depois da tormenta.

As flores são beijo

Ternura, poesia,

Mel que alimenta.

As flores são risos de crianças.

As flores, consumação dos desejos

Ardentes, em lume...

Ai flores! Minhas esperanças,

Aurora do meu dia.